Começou a primavera no Brasil, mas no hemisfério norte entra o outono...
Isso me fez pensar nos opostos. O planeta é o mesmo, mas o lugar onde estamos nos dá uma perspectiva diferente sobre o que vemos, sentimos e vivemos.
Existencialmente, também sempre ocupamos um “lugar” do qual enxergamos o que se passa ao nosso redor, a partir de uma determinada perspectiva.
Heidegger fala sobre “disposição afetiva”, que particularmente sempre entendi como a “posição”, o “ângulo” pelo qual vivenciamos alguma coisa, neste caso em termos afetivos. Ser atingido por um fato nos afeta de determinada maneira a depender de como estamos “posicionados” ao sermos “atingidos” pelo fenômeno.
Muitas aspas no trecho anterior, porque a terminologia é um pouco complexa!
Talvez fique mais simples nas palavras de Leonardo Boff, que afirma que “todo ponto de vista é a vista a partir de um ponto. Para entender como alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é a sua visão do mundo”.
O processo terapêutico é essencialmente esse: um convite para que o cliente analise sua situação existencial por outros pontos de vista, outras perspectivas que talvez ainda não consiga contemplar.
Você consegue ver as coisas por outros ângulos?
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